O legado do xilogravurista e cordelista pernambucano J. Borges será celebrado entre os dias 18 e 21 de dezembro de 2025, em Bezerros, no Agreste, durante o 1º Festival Mestre J. Borges, evento gratuito que reunirá shows, exposições, oficinas, feira de artesanato, rodas de conversa, concursos culturais e a inauguração de um museu dedicado ao artista, espalhados por sete polos instalados na cidade.
Homenagem a um mestre da cultura popular
Bezerros se prepara para viver quatro dias de imersão cultural, dedicados ao artista que transformou o município em referência mundial da xilogravura. O festival nasce com o propósito de reverenciar a trajetória de J. Borges, popularizar ainda mais sua obra e impulsionar o turismo cultural na região. Espalhados por diferentes pontos da cidade, os polos do evento irão oferecer atividades gratuitas e acessíveis a moradores, visitantes e turistas.
A programação foi pensada para dialogar com a identidade do artista, valorizando a xilogravura, o cordel, a música e as manifestações tradicionais. Cada polo terá exposições e ações educativas que ajudam a compreender a influência que J. Borges exerce sobre gerações de artistas, pesquisadores e entusiastas da cultura popular.
Abertura com intervenção artística
A programação começa no dia 18 de dezembro, no Viaduto do Bairro Nossa Senhora Aparecida. Às 16h30, será entregue uma intervenção artística em xilogravura, marcando simbolicamente a abertura do festival. O local, antes conhecido como Cohab, foi escolhido por integrar a história e o cotidiano da população bezerrense, aproximando a arte do espaço urbano.
Memorial J. Borges como ponto de encontro da tradição
Na sexta-feira (19), as atividades começam cedo no Memorial J. Borges, espaço original do artista e que agora ganha destaque ainda maior na programação. A partir das 8h, o público poderá visitar o “Espaço Mestre J. Borges”, seguido das exposições “Raízes e Matrizes do Mestre J. Borges” e “As Xilogravuras do Mestre J. Borges”, ambas abertas às 9h.
Às 9h30, começam duas oficinas simultâneas: uma de cordel com o poeta Severino Pedro e outra de xilogravura com Pablo Borges, herdeiro direto da tradição artística do mestre. A proposta das oficinas é permitir que novos públicos experimentem a prática manual da gravura e da escrita rimada, pilares da estética nordestina.
Estação da Cultura promove encontros entre memória e arte
Também na sexta, a Estação da Cultura abre suas portas às 10h, oferecendo visitação ao Museu de Antiguidades e ao Museu do Papangu — personagem icônico do carnaval de Bezerros. No mesmo horário, o espaço receberá exposição de xilogravuras de artistas locais e uma oficina de xilogravura com Gustavo Borges.
Tarde de concursos, cinema e música na Praça da Bandeira
Durante a tarde, a Praça da Bandeira se transforma em um palco de talentos. Às 15h, o Microfone Aberto estimula o protagonismo do público. Meia hora depois, ocorre a premiação do Concurso de Xilogravura, seguido do Encontro de Repentistas, às 16h.
Às 16h30, acontece a premiação do Concurso de Cordel. Mais tarde, às 17h30, a praça recebe a exibição do “Cine J. Borges”, reforçando a circulação audiovisual sobre o universo do artista. O encerramento da noite fica por conta de apresentações musicais: às 20h30, a Banda de Pífanos Nossa Senhora de Lourdes; e às 21h, a Banda Musical Cônego Alexandre Cavalcanti, com uma retreta.
Sábado celebra o aniversário de J. Borges com programação intensa
O sábado, 20 de dezembro — data de nascimento do mestre —, é o dia de maior movimentação. A agenda volta a se concentrar no Memorial J. Borges, com visitações e exposições a partir das 8h. Às 9h30, Bacaro Borges assume a oficina de xilogravura, mantendo o diálogo entre tradição e contemporaneidade.
Na Estação da Cultura, o público poderá novamente visitar os museus e exposições de artistas bezerrenses. Paralelamente, o Centro de Artesanato de Pernambuco (unidade Bezerros) inicia às 10h um lançamento coletivo de trabalhos literários.
Às 13h30, o espaço recebe a roda de conversa cultural “A influência de J. Borges na xilogravura”, com Bacaro Borges, Pablo Borges, Edna Silva e o coletivo Oficina Embuá, sob mediação de Carlos Gomes. Mais tarde, às 15h, Maria do Rosário da Silva apresenta a palestra “J. Borges: o homem que ‘virou’ artista porque leu e vendeu folhetos”. A partir das 15h30, acontece a roda de conversa “No Ritmo da Xilogravura e do Baião”, com Onildo Almeida e Joquinha Gonzaga, mediada por Lunas Costa.
Movimento no Mercado Barra Branca e na Praça da Bandeira
O Mercado Barra Branca também se incorpora ao fluxo de atividades, com shows de Cesso Santos, às 12h, e Waldir Lyra, às 16h. Na Praça da Bandeira, a “Vitrine Criativa – Edição Festival Mestre J. Borges” acontece das 16h às 21h, reunindo artesãos e empreendedores locais.
Noite de grandes homenagens no Palco Mestre J. Borges
Um dos momentos mais esperados do festival ocorrerá no Palco Mestre J. Borges. Às 20h, sobe ao palco o grupo Forró Rei do Cangaço. Às 21h30, começa a entrega do Prêmio Mestre J. Borges – In Memoriam. Em seguida, às 21h35, Júlia Filizola, filha de Ângelo Filizola, faz um pronunciamento especial. Às 21h45, acontece a entrega do Prêmio Mestre J. Borges.
Às 21h50, a jornalista Fátima Bernardes participa da programação com uma fala sobre a contribuição cultural do artista. O encerramento da noite ficará por conta de Benil e convidados, entre eles Amazan, Alcymar Monteiro e Novinho da Paraíba.
Domingo encerra o festival com música, exposições e atividades culturais
No domingo (21), o Memorial J. Borges e a Estação da Cultura retomam, a partir das 8h, suas exposições e visitas guiadas. No Mercado Barra Branca, Renilda Cardoso se apresenta às 12h, seguida pelo Grupo Musical do 4º BPM e amigos, às 15h.
A “Vitrine Criativa” retorna à Praça da Bandeira das 16h às 21h, fortalecendo a circulação da economia criativa local. No Ateliê Bacaro Borges, o dia encerra com programação especial: recreação infantil às 16h30, apresentação do Coral de Idosos do CCI às 17h, Folcpopular às 17h30 e Morganna Bernardo às 18h.
Um festival que fortalece identidade, arte e memória
O 1º Festival Mestre J. Borges marca um novo capítulo na valorização da cultura popular nordestina. Mais do que celebrar o legado de um artista, o evento constrói pontes entre passado e futuro, aproximando o público da tradição ao mesmo tempo em que incentiva novos talentos. Para Bezerros, trata-se de um movimento estratégico que combina memória, turismo, economia criativa e arte — e que reforça a importância de J. Borges como um símbolo vivo da identidade pernambucana.














