Caruaru promove Semana da Mulher Negra com programação gratuita e foco em representatividade

Até quinta-feira (31), ações educativas e rodas de diálogo abordam liderança, empreendedorismo e valorização da identidade feminina negra

Com foco em representatividade e fortalecimento, Caruaru realiza Semana da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha até quinta-feira (31)

A cidade de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, está com uma programação especial dedicada à Semana da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha, realizada pela Secretaria da Mulher da Prefeitura Municipal. Com o tema “O poder negro é feminino: elas pensam, transformam e lideram”, as atividades seguem até a próxima quinta-feira (31), com ações gratuitas e abertas ao público feminino.

A iniciativa tem como objetivo reforçar o papel da mulher negra como protagonista de mudanças sociais, incentivando o debate sobre questões como racismo, envelhecimento, empreendedorismo e direitos humanos. A programação teve início na última sexta-feira (25), com a 4ª Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres, evento que também celebrou o Dia da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha — data marcada pelo reconhecimento da resistência e da luta das mulheres negras no Brasil e nas Américas.

Durante a conferência, foram homenageadas cinco mulheres negras com atuação de destaque em Caruaru, como forma de celebrar trajetórias de resistência, inspiração e liderança em diferentes áreas da sociedade.

Educação, diálogo e visibilidade

Ao longo da semana, as ações se espalham por diferentes espaços, como escolas da rede pública e a sede da Secretaria da Mulher, com o objetivo de atingir públicos diversos e promover uma reflexão intergeracional.

As escolas estão sendo mobilizadas com o projeto “Maria da Penha vai à escola”, que visa ampliar o debate sobre violência de gênero e direitos das mulheres entre estudantes. Já na sede da Secretaria, localizada no centro de Caruaru, acontecem rodas de diálogo com temas que exploram a invisibilidade da mulher negra idosa e os desafios do empreendedorismo negro.

A secretária da Mulher de Caruaru, [nome não divulgado no release], destaca a importância da iniciativa: “A Semana da Mulher Negra é um marco no nosso calendário porque oferece um espaço de escuta, empoderamento e visibilidade para pautas que historicamente foram negligenciadas. É sobre reconhecer a força, o legado e o direito à liderança dessas mulheres”, afirma.

Confira a programação completa da semana:

29 de julho | Terça-feira
🕙 10h às 12h – Projeto “Maria da Penha vai à escola”
📍 Local: Escola Municipal Alfredo Pinto Vieira de Mélo

30 de julho | Quarta-feira
🕙 10h às 12h – Roda de diálogo: “A invisibilidade da mulher negra na terceira idade”
📍 Local: Auditório da Secretaria da Mulher

🕓 14h às 16h – Roda de diálogo: “Oportunidades e desafios do empreendedorismo negro”
📍 Local: Secretaria da Mulher
👩 Participações: Maju Cachos, Edna Maria, Lizandra dos Santos e Mikaele Angelo

31 de julho | Quinta-feira
🕙 10h às 12h – Projeto “E Negra Ser”
📍 Local: Escola de Tempo Integral Capitão João Velho

Espaço para escuta e fortalecimento

Todas as atividades são gratuitas e pensadas para acolher mulheres em diferentes momentos de vida. Enquanto nas escolas os debates acontecem com os alunos e alunas da rede municipal, as rodas de conversa na sede da Secretaria da Mulher são abertas a todas as mulheres interessadas em dialogar, ouvir e compartilhar experiências.

O evento também tem como foco o reconhecimento da identidade negra como potência social e política, abordando as interseccionalidades que atravessam o cotidiano das mulheres negras — especialmente aquelas que enfrentam exclusões históricas por idade, classe, cor ou condição socioeconômica.

Por que a data é importante?

Celebrado em 25 de julho, o Dia da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha foi instituído em 1992, no primeiro Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, realizado na República Dominicana. No Brasil, também marca o Dia Nacional de Tereza de Benguela, líder quilombola que comandou, por mais de duas décadas, um quilombo no século XVIII e é símbolo de resistência negra.

Caruaru, mais uma vez, reafirma seu compromisso com a equidade de gênero e racial, promovendo políticas públicas que buscam ampliar o acesso a direitos, reconhecer trajetórias invisibilizadas e fomentar uma sociedade mais justa para todas.

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